20 de abril de 2009

Telhados Verdes "Green Roofs"


Material e Métodos:

Os famosos Jardins Suspensos da Babilônia, considerados como uma das sete maravilhas do mundo antigo, já não são mais um privilégio apenas do rei Nabucodonosor. Mais comuns na Europa, os telhados verdes estão, aos poucos, conquistando os brasileiros.

De acordo com o engenheiro agrônomo João Manuel Linck Feijó, da empresa gaúcha Ecotelhado, os telhados verdes são estruturas adaptadas para receber uma cobertura de gramado em lajes e telhados de casas e edifícios. "Ele funciona como isolante acústico e térmico, mantendo o ambiente sempre fresco", comenta.


Ele é composto do conjunto formado pela ecotelha vegetada e sub-telhado que pode ser de telha de fibrocimento, metálica, laje de concreto impermeabilizada e até mesmo telha de cerâmica. A impermeabilização constituída pela telha isola o interior do ambiente da umidade, enquanto que a ecotelha vegetada, que vai sobreposta ao sub telhado, tem a finalidade do isolamento térmico e acústico, além de servir como base para a vegetação.


Além de ser esteticamente bonito, esse tipo de cobertura retém as águas das chuvas, evitando que elas cheguem até os rios. "Com a urbanização das cidades o solo se tornou impermeável, fazendo com que as águas provenientes das chuvas sejam levadas diretamente para os rios. Em casos extremos, esse excesso de água causa enchentes", completa.

Como a própria planta utilizará esta água armazenada para seu desenvolvimento, isso evitará que o proprietário do imóvel tenha trabalho com a irrigação. "Quase não é preciso trabalhos de manutenção, pois escolhemos as espécies de plantas adequadas aos diferentes climas e normalmente elas não precisam ser podadas, pois têm o crescimento lento e de porte baixo", explica Feijó.


Ainda segundo o engenheiro agrônomo, a fotossíntese realizada pelas plantas transforma o gás carbônico em oxigênio, purificando o ar. "A evaporação da água também refresca o ambiente, melhorando o clima. As áreas rurais chegam a ser até 9ºC mais baixas do que nos grandes centros urbanos devido a quantidade de plantas existentes", completa.


Os materiais utilizados para a implantação do telhado verde são feitos de materiais recicláveis. Cada metro quadrado instalado pesa cerca de 50kg, não precisando haver nenhum tipo de preparo especial da estrutura do imóvel. O valor também é acessível: R$ 100 por metro quadrado.

"O ecotelhado deveria ser utilizado em larga escala, tanto nas residências quanto no comércio e nos prédios. A instalação é simples, não dá trabalho de manutenção e ajuda o meio ambiente", afirma João Manuel Linck Feijó. Para ele, a procura pelo telhado verde tem sido crescente, mas ainda é uma novidade que precisa ser difundida.

Resultados e Discussão:

Sabe qual é o melhor disso tudo? Telhados verdes além de seu grande benefício ao bem-estar urbanos e ao meio ambiente, são (na minha opinião claro) extremamente bonitos!

Imaginem uma cidade toda coberta de telhados verdes! Imaginem o odor da manhã! Imaginem o horizonte urbano coberto de verde e flores, e a quantidade de pássaros que retornariam aos centros urbanos. Sonho? Sinceramente acredito que não. Apesar de não concordar muito com o texto quando diz que R$ 100 por metro quadrado é barato, se for verdade que é uma tecnologia que está em crescimento de uso, esse preço tende a diminuir, e como é um adorno bonito às construções, o capitalismo e o consumismo se encarregam do resto (risos).

Creio que a tecnologia deva passar por uma visão mais biológica de escolha das espécies vegetais que compõem o telhado, e não apenas se concentrar naquelas que seriam resistentes ao ambiente que são submetidas, mas também que sejam plantas nativas e de interesse biológico, e porque não econômico, desta forma trazendo mais benefícios para o ambiente e também á sociedade. Afinal temos ótimas ferramentas de biotecnologia pra isso.

Concluindo, acho que telhados verdes são um perfeito exemplo do que pode ser Bom, Bonito, Barato, e Ecologicamente útil.

Leia mais em:

www.greenroofs.org



15 de abril de 2009

Células-tronco, mídia e os "pacientes impacientes"



Material e Métodos:

O potencial terapêutico das células-tronco, antes celebrado por todos, está se tornando um tormento para muitos pesquisadores. Cientistas e médicos se sentem cada vez mais pressionados pela ansiedade dos pacientes - que não querem esperar mais dez anos por uma cura - e pelo surgimento de clínicas estrangeiras que, mesmo sem comprovação científica, já oferecem "tratamentos" com células-tronco para todo tipo de doenças e lesões.

Esse dilema veio à tona recentemente numa palestra do neurocirurgião português Carlos Lima, no dia 24, na Universidade Federal do Rio (UFRJ). A ideia era promover um debate científico sobre a eficácia de um tratamento à base de células-tronco que Lima oferece a vítimas de lesões medulares em um hospital de Lisboa. Porém, com dezenas de pacientes e familiares no auditório, o foco da discussão mudou. A primeira pergunta, feita por um cadeirante ao fim da apresentação, foi emblemática: "Quando é que o tratamento chega ao Brasil?"

Em entrevista à reportagem, o neurocientista Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, disse que Lima não apresentou dados científicos que permitissem avaliar a eficiência da técnica, apesar dos relatos de pacientes que dizem ter se beneficiado da terapia. No dia seguinte, Rehen foi bombardeado com e-mails de pessoas indignadas, com xingamentos e críticas de que ele estava dificultando a vinda do tratamento para o País. "Há um hiato muito grande entre as expectativas dos pacientes e o que a comunidade científica pode oferecer para eles", lamenta.

Segundo vários especialistas ouvidos pela reportagem, ainda não há como atestar cientificamente a eficácia ou a segurança dos tratamentos vendidos atualmente com células-tronco, porque eles não seguem critérios básicos de pesquisa clínica. "Esse é o grande problema: sem os controles básicos de pesquisa clínica é impossível dizer se algo realmente funciona", diz Douglas Sipp, do centro de pesquisas Riken, no Japão, autor de um artigo sobre "turismo de células-tronco" na revista Science. "As pessoas dizem que melhoram, mas não há como saber se houve uma melhora clínica verdadeira ou se é só um efeito psicológico."

Placebo??

Para a geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo, é provável que muitos dos efeitos benéficos relatados pelos pacientes que pagam para receber injeções de células-tronco não tenham relação com as células. Em vez disso, podem estar relacionados a outros componentes do tratamento - como fisioterapia ou acupuntura - ou ser resultado de um "efeito placebo" - quando o paciente melhora espontaneamente porque acha que está recebendo uma droga, mas não está. "É uma injeção de ânimo, de esperança, que deixa a pessoa revigorada", diz Mayana. "Temos uma responsabilidade muito séria de não iludir as pessoas."

(Fonte: Abril.com)

Resultados e Discussão:

Esse é um assunto que me incomoda já tem um tempo, e que eu pessoalmente vejo da seguinte forma:

De um lado temos a comunidade científica, com suas hipóteses. métodos, cautelas (nem sempre), e extrema vontade (pra não dizer pressa) de "desvendar" o verdadeiro potencial terapêutico das células-tronco.

De outro temos pacientes (e afins), compreensivelmente aflitos, e ansiosos por uma cura. Afinal de contas são os principais interessados, e também porque não dizer, grandes apoiadores dessa pesquisa, já que constituem a maior fonte de pressão política para apoio das mesmas.

Porém existe um personagem a mais nesse cenário, aquele que faz o "leva e traz" desse diálogo
entre o meio científico e a comunidade, a mídia, e do meu ponto de vista isso consistiu em um problema, não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Me parece que a polemica sobre a realização de tais pesquisas foi (a ainda é) tamanha, que se criou no senso comum uma super-expectativa sobre ela, e isso se reflete obviamente sobre os cientistas que a desenvolvem.
E cientistas (pasmem) também são seres humanos! Susceptíveis à pressão, à falha, e principalmente à ganância.

Que fique bem claro, não estou acusando ninguém de charlatanismo aqui! Mas onde foi parar a responsabilidade? A paciência? O método?A ética? E o respeito?

Será, que quando alguém aparecer com bons resultados, a comunidade científica não agirá da mesma forma como tem agido com os que apareceram ultimamente?

Quem sou eu para julgar? Diante de uma corrida contra o tempo, mascarada com o ideal de salvar vidas, mas que muitas vezes não passa de puro EGOísmo.

Leia mais em:

Steam Cell Treatment for Spinal Cord Injuries

13 de abril de 2009

BIODIESEL a partir de Algas


Ok, ok.. muita gente falando mal do meu post sobre a pobre macrófita que poderia ser utilizada pra produzir biocombustível, e todo mundo caiu matando falando que a moda agora é microalgas, então resolvi fazer um post sobre o assunto claro!

Material e Métodos

Embora, entre as matrizes vegetais, a soja seja a principal base do biodiesel do Brasil, sua escala de produtividade é baixa – de 400 a 600 quilos de óleo por hectare – e tem apenas um ciclo anual. O girassol pode produzir um pouco mais, de 630 a 900 quilos. No entanto, pesquisa realizada no Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica que microalgas encontradas no litoral brasileiro têm potencial energético para produzir 90 mil quilos de óleo por hectare.

E, segundo o estudo, elas têm diversas outras vantagens. Do ponto de vista ambiental, o biodiesel de microalgas libera menos gás carbônico na atmosfera do que os combustíveis fósseis, além de combater o efeito estufa e o superaquecimento.

A alternativa também não entra em conflito com a agricultura, pode ser cultivada no solo pobre e com a água salobra do semi-árido brasileiro – para onde a água do mar também pode ser canalizada – e abre possibilidades para que países tropicais (como a Polinésia e nações africanas) possam começar a produzir matriz energética. Além disso, as algas crescem mais rápido do que qualquer outra planta.

“O biodiesel de microalgas ainda não é viável, mas em cinco anos haverá empresas produzindo em larga escala”, estima o biólogo Sergio Lourenço, do Departamento de Biologia Marinha da UFF, responsável pelo estudo.

Lourenço identificou dezenas de espécies com potencial para produzir o biodiesel em larga escala. O problema é que a porcentagem de lipídios de cada alga não é alta – poucas espécies chegam a 20% de concentração. Mas a soja (18%) e o dendê (22%) também concentram baixas quantidades de lipídios. O amendoim concentra 40%.

“Se a matriz tem baixa concentração de lipídios, temos que acumular muito mais massa”, explica o biólogo. Por isso, ele e sua equipe trabalham em métodos para estimular a concentração de lipídios. “Por meio de técnicas de manipulação das condições de cultivo, conseguimos alterar a composição química nos meios de cultura, aumentando assim a concentração de lipídios. Em dez dias a biomassa está apta a ser colhida.”

Há pouco mais de um ano, o projeto vem sendo articulado com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Agricultura, a Secretaria Especial de Água e Pesca e a Casa Civil, que conduz o Programa Nacional de Biodiesel.

De acordo com Lourenço, outra vantagem é que, assim como a cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, as microalgas demandam uma área pequena para seu cultivo e podem produzir uma quantidade de biocombustível bem maior.

“A cana-de-açúcar ocupa 2% da área agrícola do Brasil, aproximadamente 45 milhões de hectares. A Embrapa indica que o país tem ainda 100 milhões de hectares que pode ocupar. O programa energético prevê mais 2 milhões de hectares, ainda assim uma fração da área total disponível. Com o cultivo das microalgas ocupando apenas 1% da área que a soja utiliza hoje, pode-se produzir a mesma quantidade de biodiesel que ela produz ao ano”, afirmou.

(Fonte: Agência FAPESP)


Resultados e Discussão

Precisa falar mais alguma coisa? A utilização de microalgas para a produção de óleo vegetal, e consequente produção de biodiesel parece ser a alternativa de um futuro onde realmente possamos ter uma fonte de energia renovável e limpa.

Mas eu não poderia deixar de defender meu ultimo post sobre a cana-de-açúcar claro.

A grande questão americana no momento é produzir um bioetanol rentável, não porque é a melhor opção (o que definitivamente não é), mas acho que é porque existe uma demanda do mercado automobilístico por esse tipo de combustível. Acredito que exista algum interesse das petrolíferas nessa questão também devido a existencia dos carros "Flex", mas são somente suposições (risos).

Ou seja, do meu ponto de vista, existem duas linhas de pesquisa sobre biocombustíveis, porque existem duas demandas diferentes no mercado (bioetanol e biodiesel). enquanto houverem carros rodando por aí movidos a etanol ou "Flex" existirá a produção do mesmo, e nada mais certo pra mim que se continue a desenvolver pesquisas neste campo, e que se otimize a sua produção.

Obviamente, espero um futuro onde a tecnologia automobilística seja toda voltada a um tipo único de combustível renovável e limpo (biodiesel claro), mas acho que podemos esperar sentados pra ver isso acontecer.

Agora, tudo é uma questão de prioridades! Pra um país que quer ser vanguarda em biocombustíveis, negligenciar qualquer alternativa e super valorizar outras pode ser fatal...Minha avó já dizia "nunca coloque todos os ovos num tanque de combustível só".

Leia mais em:

Biodiesel From MIcroalgae


11 de abril de 2009

Fungos em Chernobyl se alimentam de radioatividade.


Material e Métodos

Bom essa é uma notícia meio antiga, mas eu acho tão legal, e exemplifica tão bem a ideia de evolução e adaptação que resolvi postá-la aqui.

Pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine (AEC) acharam evidencias de que certos fungos possuem propriedades além da de degradar matéria orgânica: a capacidade de usar radioatividade como fonte de energia.

Tudo começou quando Arturo Casadevall (AEC), ouviu dizer que um robô que foi enviado, ao ainda altamente radioativo reator de Chernobyl, retornou com amostras de um fungo negro (rico em melanina) que havia crescido nas ruínas das paredes do mesmo. "Eu achei muito interessante e comecei a discutir com colegas se esses fungos poderiam estar utilizando emissões radioativas como fonte energética" explicou Casadevall.

Casadevall e seu colaboradores então criaram uma séria de experimentos envolvendo dois tipos de fungos: um que foi induzido a produzir melanina (Crytococcus neoformans), e outro que já a possuía naturalmente (Wangiella dermatitidis) - então foram expostos a níveis de radiação ionizante 500 vezes maior do que o grupo controle. Ambas as variedades com melanina apresentaram um significativo aumento de velocidade de crescimento.

"Assim como o pigmento clorofila converte luz do sol em energia química nas plantas, nossa pesquisa sugere que melanina pode usar uma porção diferente do espectro eletromagnético - radiação ionizante - para beneficiar os fungos que a contém." Disse Ekaterina Dadachova co-pesquisadora.

Em uma pesquisa mais profunda os pesquisadores conseguiram determinar uma relação entre a radiação e a melanina, ocorrendo uma mudança na estrutura eletrônica da mesma (quase a mesma coisa que acontece com a clorofila - salto quântico)

(Fonte: Scienceagogo.com)

Resultados e Discussão

Olha que interessante, essa melanina que os pesquisadores encontraram no fungo em Chernobyl tem a mesma estrutura molecular da melanina que encontramos em nossa pele, e isso pode indicar que células da nossa pele possam ter a radiação ionizante como uma fonte de nutrientes.

Outra curiosidade, no espaço esse tipo de radiação prevalece, por exemplo, numa missão espacial, tais fungos podem se tornar fonte de matéria orgânica praticamente ilimitada,consequentemente, alimento - não que precisem comer os fungos, mas podem usá-lo como adubo por exemplo - e inclusive (pasmem) colonizar outros planetas!

Afinal de contas, talvez o futuro do nosso planeta, caso ocorra uma catástrofe nuclear, não esteja nas mãos só das baratinhas, elas agora terão o que comer (uhul?).

Leia mais em: Ionizing radiation: how fungi cope, adapt, and exploit with the help of melanin

10 de abril de 2009

Dois coelhos com uma cajadada só?

Material e Métodos

Pequena planta pode ser a solução para descontaminação da água e produção de biocombustíveis.


Pesquisadores da North Carolina State University descobriram que uma pequena planta aquática é capaz de limpar a água de resíduos animais e industriais, sendo uma possível alternativa também para a produção de biocombustível.

A pequena planta aquática Spirodela polyrrhiza,“duckweed”, no Brasil conhecida como “lentilha d’água”, de acordo com os pesquisadores, para fins de produção de etanol, possui uma produtividade 6 vezes maior do que o milho insumo principal de produção de etanol nos EUA, que exige pesados subsídios para manter-se competitivo além de receber severas críticas pela redução da produção destinada à alimentação. Neste sentido já existem diversas pesquisas, inclusive de etanol celulósico, visando a substituição do milho.

A “lentilha d’água” parece uma alternativa promissora, com vantagens adicionais pelo seu potencial de redução de poluentes orgânicos na água.

Como muitas outras plantas aquáticas, tais como a aguapé, a “lentilha d’água” prolifera em águas ricas em nutrientes orgânicos, retirando estes nutrientes da água, o que permite ser utilizadas em sistemas de tratamento para produção de água de reuso.

Em águas excessivamente contaminadas com nitrogênio, de fertilizantes, ou com efluentes orgânicos do esgoto doméstico, estas plantas podem atingir a dimensão de uma “praga’. No entanto, agora, podem ter grande utilidade.

Utilizada em larga escala em “lagoas” para tratamento biológico da água, também produziria biomassa para a produção de etanol.

É, até agora, a alternativa mais ‘amigável’ ao meio ambiente, das que já foram formalmente pesquisadas para produção de biocombustíveis.



(Fonte: EcoDebate)

Resultados e Discussão

Realmente, quem vê esta reportagem a entende como uma promissora e eficaz maneira de resolver dois problemas de uma só vez: limpar os cursos d'água, além de produzir combustível mais limpo para nossos automóveis.

Porém, vamos pensar um instante: a
Spirodela é uma planta que se estabelece na lamina d'água em uma distribuição altamente horizontal (veja fotos), o que do meu ponto de vista resultaria numa baixa produção de biomassa por área e, consequentemente, uma baixa produção de biocombustíveis.

Em se tratando do EUA, podemos até considerar tal possibilidade dado que, a planta produz 6 vezes mais do que o milho (o que eu ainda acho não ser suficiente), mas no caso do Brasil, o cenário fica meio utópico, já que a cana-de-açúcar está mais do que firmada como a principal fonte de matéria orgânica para a produção de álcool no Brasil, e a cada dia que passa, novas pesquisas aumentam a sua produtividade e a eficiência do processo de produção do combustível.

Não posso deixar de lado o aspecto "limpo e sustentável" da plantinha é claro, porque nos trabalhos em que estive dando uma olhada sempre foi utilizada como biorremediadora de ambientes aquáticos e solos. Porém, apesar de ser uma excelente bioacumuladora, como a própria matéria expõe, em ambientes eutrofizados elas se tornam verdadeiras pragas, e no caso de represas de usinas hidroelétricas chegam até a entupir as turbinas.

Enfim, não estou dizendo para descartarmos qualquer hipótese de que a Spirodela seja uma "cajadada de matar dois coelhos", mas em epoca de Páscoa eu duvido até do coelho.

Leia mais em:
Arsenic accumulation in duckweed (Spirodela polyrhiza L.): A good option for phytoremediation
Arsenic uptake by aquatic macrophyte Spirodela polyrhiza L.: Interactions with phosphate and iron

Degradação de garrafas PET por meio de fungos



Material e Métodos:

Uma aluna de mestrado da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um processo para a degradação de garrafas à base de polietileno tereftalato (PET) por meio de fungos conhecidos como 'basidiomicetos de podridão branca", tal trabalho consistiu em sua dissertação na qual ela testa o processo de fermentação em diferentes tipos de condições ambientais (meio, pH, temperatura, etc).

"Foram utilizadas duas linhagens de fungos Pleurotus sp, que são encontrados naturalmente nas matas brasileiras crescendo sobre madeiras, da qual retiram nutrientes. Os fungos estão também amplamente distribuídos pelo sul e pela área central da Europa e também pelo norte da África" disse Kethlen à FAPESP.

A bióloga utilizou uma técnica conhecida como planejamento experimental com o objetivo de chegar a uma condição adequada para a biodegradação dos polímeros. O estudo foi orientado pela professora Lúcia Regina Durrant, do Departamento de Ciências de Alimentos da FEA.

"Os microrganismos cresceram em condições muito semelhantes ao seu habitat natural, tornando-os capazes de produzir enzimas e metabólitos que não seriam produzidos em outros tipos de fermentação" explicou. As duas linhagens fúngicas de Pleurotus sp foram cultivadas juntamente com polímeros de garrafa PET sob fermentação semi-sólida e incubados em estufa a 30 ºC durante até 90 dias.

(Fonte: Notícias Terra)

Resultados e Discussão:

Putz, quando eu li essa notícia em vários sites fiquei super empolgado, por três motivos:

Primeiro que já tem um tempo que garrafas PET são discutidas como grandes vilões da poluição, porque além de não serem biodegradáveis sua reciclagem é cara e pouco eficiente.

Segundo porque eu já sabia! Juro! Sempre imaginei que algum microrganismo fosse capaz de degradar qualquer derivado do petróleo, acho muita pretensão humana achar que tudo que criamos é indestrutível. Além do que, variedades de microrganismos por aí é o que não falta.

E terceiro porque se trata de uma pesquisa desenvolvida no Brasil e por brasileiros, claro, sobra um pouco de patriotismo.

Obviamente ainda tem muito o que se discutir e se melhorar em eficiência e custo no processo pra que um dia ele possa ser de fato aplicado, mas que é um passo importante para o desenvolvimento de tecnologias de biorremediação é indiscutível.

Uma ressalva importante é a de que isso não significa que agora podemos continuar utilizando garrafa
s PET sem nenhum tipo de controle sem nos preocupar, como diz o ditado "melhor prevenir do que biorremediar".

Leia mais em :

Degradation of eight highly condensed polycyclic aromatic hydrocarbons by Pleurotus sp. Florida in solid wheat straw

Welcome!

Bom, esse é o início de um blog que venho idealizando a um tempo, o certo seria um bom tempo de planejamento e reflexão, mas, eu sou assim, as coisas só funcionam comigo se já estiverem acontecendo..
Deixe-me explicar um pouco então da minha idéia...

O Bio Connection será um blog (duh) onde a ciência e o cotidiano se encontram.. novas descobertas (ou antigas mesmo) sobre o planeta em que vivemos, e o seres que o habitam tratadas de uma forma irreverente, cool, sem palavras dificeis e é claro com um pouquinho de idealismo de minha parte.

O objetivo principal será trazer ao público um pouco de informação, sem aquela necessariamente sr uma coisa ambientalista. Aqui não será indicado que você recicle seu lixo, ou troque suas lâmpadas por fluorescentes (o que você deve fazer, claro rsrs). Mas sim mostrar que existem pessoas pelo mundo que dedicam seu trabalho a descobrir uma maneira de vivermos melhor,mais saudáveis, sempre respeitando a "pequena esfera verde-azulada que flutua no espaço" na qual vivemos.

Então pra começar aqui vai um video antigo do humorista-filósofo George Carlin, que me deu a ideia de começar esse blog.



Ps: Desde já me desculpo por todos os erros de português pra sempre.. rsrs