1 de agosto de 2009

O chá verde e o HIV.

Várias vezes, pelos blogs científicos que acompanho vejo pessoas, pouco informadas diga-se de passagem, que insistem em dizer que as pesquisas na área da busca de novos fármacos são totalmente controladas pela industria farmacêutica, e que esta impede a qualquer custo o desenvolvimento de qualquer pesquisa que possa ter sua origem em produtos naturais, baratos e de fácil acesso ao público, tudo em nome do lucro.

Esse é um exemplo de que, se isso realmente acontece, não é a regra.

Pesquisadores do Bayor College of Medicine em Houston no Texas (EUA), trabalham arduamente e já publicaram vários artigos relacionando um dos principais ativos do chá verde com o tratamento da infecção por HIV-1.

O chá verde já foi relatado como um eficiente anti-oxidante, anti-inflamatório, anti-alérgico, anti-histamínicos, anti-tumorais e anti-virais (ufa!).

Camellia sinensis (Chá Verde)

A Epigalocatequinagalato (EGCG) faz parte do grupo dos polifenóis juntamente com as teaflavinas substâncias comuns ao chá verde e ao chá preto. E se difere de outras catequinas por possuir grupos químicos adicionais em sua estrutura, e esses são determinante para sua propriedade terapêutica.

Por meio de células brancas do sangue (principal alvo do vírus) cultivadas, na presença de vários subtipos de HIV-1 e em várias concentrações diferentes de EGCG, foi possível perceber que em concentrações relativamente baixas da substância, ocorre uma inibição da replicação do vírus comparável àquela observada com a utilização das drogas utilizadas atualmente (Ritonavir e AZT).

Tabela que compara a eficácia do EGCG na replicação do HIV-1 em diferentes concentrações e
com o Ritonavir

Os pesquisadores atribuíram tal fenômeno à capacidade da EGCG se ligar ao receptor CD4 das células do sistema imune, que é a via de infecção do vírus HIV-1 que precisa estar dentro da célula para se replicar e infectar outras células. Seria como, se quando o vírus procurasse a porta de entrada ela já estivesse ocupada.

HIV-1 atacando um linfócito-T

A pesquisa ainda está em fase de testes in vitro e precisa obviamente de outros estudos que possam não só comprovar sua eficácia como também determinar as concentrações ideais do EGCG para atuar, além de estudar sua farmacocinética, ou seja, como a substancia interage com o corpo humano. E algumas dessas já estão em andamento.

Leia mais em:
- Preclinical development of the green tea catechin, epigallocatechin gallate, as an HIV-1 therapy
- Inhibition of HIV-1 infectivity across subtypes by the green tea catechin, epigallocatechin gallate, without altered immune function

4 comentários:

Daiane [VivoVerde] disse...

opá ^^

Davi, há.. mesmo sendo foquinhas ou ursos polares sempre.... sendo assim, SEMPRE o povo não respeita... imagina se nem isto?

É complicado eu caro ... mas tudo bem ... VQV ...

PS: Também gosto mt do wwf por este motivo =]



PS: gostei desta matéria aqui =] e eu acredito nas pesquisas na área da busca de novos fármacos ^^

abs

Daiane [VivoVerde] disse...

PS2: Gostei muito do lay ^^

=]

Daniela Lima disse...

NOSSA... erva poderosa... bom saber destes investimentos e pesquisas, que siga adiante, mas que cada um tome os devidos cuidados para prevenção da doença, pois a vida com o coquetel não é nada fácil!!!

J Araújo disse...

Isto é uma boa notícia para todo mundo. Afinal de contas, quem sabe, talvez a cura de várias doenças pode vir de onde menos se esperava.

Abraço